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quarta-feira, 9 de maio de 2012

Altos e baixos. Vivam os amigos.


Apesar de toda a porcaria que me tem acontecido nos últimos meses alegro-me (sem dar importância demais) que:

Há 264 dias, ou seja
8 meses e 20 dias, ou seja
6336 horas, ou seja
380.160 minutos, ou seja
22.809.600 segundos... mais hora menos hora que estou isento de álcool.

Do mesmo modo posso dizer que:

Há 155 dias, ou seja
5 meses e 3 dias, ou seja
3720 horas, ou seja
223.200 minutos, ou seja
13.392.000 segundos... mais hora menos hora que estou isento de fumo.

esta última faz-me desenvolver um raciocínio:

fumava 20 cigarros em 24horas (se não fosse um dia em que bebesse) Se fosse dia de petisco ou estadia no café com os amigos além de uma grade (ou mais) de cerveja iam 40 cigarros na boa, mas pronto, contabilizemos por baixo... 155 dias x 20=3100 cigarros no corpinho. Quase tantas horas como as que estou sem fumar, nem faço conta ao dinheiro uma vez que não foi por aí que deixei (apesar de que também ajudou) Sendo que cada cigarro rouba 11 minutos de vida (estimativa publicada no British Medical Journal) poupei a mim mesmo 34100 minutos, 24 dias... parece pouco mas o que não daríamos por 24 dias no fim da vida? E isto é só o começo, são 2046000 batidas de sangue devidamente oxigenado que o meu corpo recebeu até agora.

Fora o que melhorou sem que notasse, eis o que noto:

-Melhor capacidade de respirar (acordar entupido acabou)
-Melhor hálito (quando se fuma nem nos apercebemos do cheiro a cinzeiro putrefacto que nos sai da boca)
-Melhor olfacto (basta dizer que o cheiro das roupas de um fumador é detectado à distancia e dantes apenas sentia o aroma ao perfume que punha por cima do fedor)
-Melhor capacidade de concentração em situações de stress (não digo que pense melhor, mas se estivesse em stress sem fumar ficava praticamente inutilizado até que pudesse fumar e agora o nível de inutilização é constante mas inferior ;))
-Não fosse o cheiro a peidos no quarto :P (bem, é uma situação motivada pela minha condição de saúde actual) poderia dizer que a divisão cheira bem melhor de manhã (sem o fedor da roupa e do hálito tabaco-alcoolizado).
-"Azares" provocados pelo álcool deixaram de acontecer.
-Acordar na dúvida se me embaracei ou maltratei alguém de alguma forma deixaram de acontecer.
-Dinheiro excessivamente mal gasto acabou.
-Dores de cabeça e má disposição deixaram de acontecer.

e acima de tudo:

A vontade daquelas cervejinhas acompanhadas de umas boas cigarradas no fim de um dia de trabalho deixou de ser uma rotina.



Os contras... (mas que não têm força para me fazer voltar atrás)

todos sabemos que somos animais e que como tal somos movidos pela recompensa. O nosso cérebro leva-nos a fazer as coisas com intuito de se auto-recompensar libertando a serotonina. Daí os vícios...


O melhor estimulador artificial da serotonina é o chocolate. 
Daí a minha fome emocional e consequente aumento de peso.

Ora num gaijo como eu, que tem dificuldade em encontrar razões para se sentir feliz, que é deprimido e melancólico crónico, aqueles momentos de "fazer isto num instantinho e já vou fumar um cigarrito" ou "assim que sair do trabalho vou beber aquela jola com os amigos aaaaahhhh" substituíam o "logo vou dar beijinhos à chavala" e quando obtinha essas recompensas sentia-me motivado para fazer mais coisas, para bulir mais um dia, para viver mais um dia... isto claro como exemplo... Não havendo amor (que é a reacção química mais potente que pode ocorrer no cérebro) e sem essas pequenas recompensas, agora, não há estímulos, não há motivações (mesmo que erradas) os dias são.... pura e simplesmente monótonos, completamente enfastiantes.

Lutarei para voltar ao desenho, ao desporto, à música, mas de momento a força é pouca... Bem mas não posso deixar que uma mensagem inicialmente tão positiva seja obscurecida por esta fase final mais pesada portanto, mudando de assunto...


Já fiz a colonóscopia! LOL Que tópico de merda poderão vocês pensar. Nada de grave se detectou, a fístula aparenta estar devidamente tratada, apenas se confirmaram as hemorróidas internas e externas e uma fissura ... são esses os motivos que me levam ao cirurgião amanhã. Quero saber se arranja solução para que eu possa ir trabalhar de vez, estes 4 meses estão a destruir-me. Acredito, ou pelo menos espero, que ele parta para nova cirurgia. Ao menos resolvia todos os problemas de uma vez e muito provavelmente para sempre. Claro que implicaria mais uns tempos de baixa mas garantiria que não iria ter as comuns duas ou três crises anuais que me obrigam a faltar ao trabalho. Vamos ver...


Outra novidade, esta triste, tive de recusar o convite para o casamento de uma querida amiga tanto por dificuldade física como, acima de tudo, financeira. Ela compreendeu e combinámos em repetir o casamento quando eu tiver dinheiro. Se o noivo não quiser, eu ocupo o lugar LOL


E agora por fim, as honras a quem de direito. Nesta fase particularmente sôfrega da minha vida tenho reconhecido os verdadeiros amigos e os que servem apenas para uma jolas no café. Dos verdadeiros, cada um tem também as suas dificuldades e vicissitudes na vida mas não deixaram de me visitar, acompanhar, dar um palavra de ânimo. Sem destacar nem referir ninguém em particular, sinto-me feliz porque alguns perdem o seu tempo para tornar uma tarde, pelo menos, por semana menos monótona. Nem sempre tenho disposição mas rapidamente ela se arranja, ou não fosse esse o motivo para as suas visitas. Outros, ajudam de outras formas. Já me trouxeram comida a casa, já me levaram ao médico e houve amigos que nas suas dificuldades me ajudaram monetariamente, outros houveram que ofereceram mas por ter noção das suas dificuldades não pude aceitar. Além dos que me ajudaram há uns meses aquando dos meus acidentes de viação houve um amigo, em particular, que se sacrificou por mim nestes dias, ficando sensibilizado para as dificuldades monetárias que estou a passar, chegou-se à frente e fez um contributo generoso. Esse contributo foi aplicado para o fim a que se destinava e posso dizer que hoje nada devo ao banco. Tenho outras faltas claro, não chegou para tudo, tenho outros compromissos que ainda não posso cumprir, ainda falta tempo até voltar a trabalhar, mas com esta contribuição saiu-me um peso enorme de cima. A todos esses amigos, o meu eterno e profundo obrigado.

Para levantar um amigo do fundo, por vezes, basta dar uma mão.

É nestas situações que às vezes penso, será que é só por pena de mim ou realmente alguém me aprecia. Apesar de aceitar a primeira, a segunda motiva aquele sorriso interno que me faz querer acordar para mais um dia. E por isso agradeço mais que tudo! É para isso que servem os amigos!