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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Sequelas do Trabalho - PARTE 1

Está-me a dar umas ganas de encetar numa sequência de reparos sobre as injustiças, abusos e incompetências que vou sendo testemunha no mundo do trabalho...


Muitas situações ignóbeis já assisti em primeira mão que não relatei. Da última vez que desabafei usando o meu blog, no post "A dor amplifica tudo o que nos aborrece...", gerou-se um movimento de indignação pelas palavras usadas e pela sensibilidade do assunto. Ainda bem, que sirva de alerta. Cada vez que faço um desabafo no facebook acontece a mesma coisa...


"Essas coisas são para pensar mas não são para dizer"

"Olha que os teus superiores lêem os teus comentários no facebook!"


"Ainda um dia te lixas!"


Sei bem que alguns dos meus colegas de trabalho lêem as coisas que publico, inclusivé superiores hierárquicos. Apesar de não ter qualquer intenção de usar as minhas publicações como forma de ataque pessoal a ninguém, imagino que muitas vezes sejam vistas como tal. Eu uso o meu blog para o propósito que está bem explicito, desde a sua criação, no topo da página. Uso-o para mim. Uso-o como registo de situações, sensações, decisões, duvidas e argumentos, tudo sobre os mais variados temas com o único intuito de um dia recordar e quiça aprender com os meus erros, recordar como lidar em certas situações, ou até, apenas para sentir saudade. Portanto, eu não me sinto no dever de ter tento na língua nem me preocupar com o que os outros pensam. Não gostam do que lêem? Não voltem...

Todos os dias acontecem situações que merecem/devem ser denunciadas. Situações relacionadas com más condições de trabalho, más decisões, falta de organização, falta de empenho, dinheiro mal gasto, situações que prejudicam gravemente a empresa e consequentemente os pequeninos que nela trabalham. Numa empresa digna, com "E" grande, esses apontamentos até deveriam ser levados como preciosos por permitirem uma reflexão, uma oportunidade de avaliar, corrigir, optimizar, evoluir. Mas como as empresas são constituídas por pessoas, nunca serão maiores que os seus maiores.

Então hoje, ocorreu uma situação que é recorrente e que abomino. Em tempos publiquei no facebook um "estado" que também se provou polémico sobre esse tipo de situações. Hoje vou transcrevê-lo para aqui, para que fique registado:


Enquanto as pessoas que "organizam" um empresa não tiverem consciência que não têm o direito de usar dos funcionários a seu belo prazer, como se de propriedades se tratassem, muitas vezes para colmatar a sua própria desorganização, isto nunca vai para a frente.

Impressionante como funcionários no século XXI têm de se sujeitar a que lhes soneguem o direito de organizar a sua vida pessoal pois, consecutivamente e sem pudor, só são informados da necessidade da sua comparência para trabalhar ao fim de semana 1 dia antes. Arriscam-se ainda a ouvir repostas do tipo "Se estás mal muda-te! Há mais quem queira" ... como já disseram noutras situações... Argumento fascista.

Além de ilegal, demonstra o total desprezo pela integridade e direitos dos seres humanos que executam o verdadeiro trabalho que sustentará também as pessoas que "organizam" em troca de salários exponencialmente mais baixos que os seus e condições de trabalho inferiores... 

Claro que quem precisa baixa a calcinha, uns refilam outros calam (ou refilam pelas costas e lambem o cú pela frente) ... os que apontam o dedo a estas situações e outras mais ... são brutos e destabilizadores. Mesmo que no fim todos usufruam das victórias conquistadas por esses "brutos". Cambada de hipócritas! Mais valiam resignarem-se ao silêncio. pffff


A situação que motivou este desabafo junto dos meus amigos ocorreu no fim de Setembro (22), entretanto voltou a repetir-se... e a repetir-se...

Ontem, quinta feira 24/11 pelas 16-17 horas os funcionários foram informados que teriam de trabalhar no fim de semana (o motivo? na minha opinião? falta de organização!). Quando há essa necessidade as pessoas normalmente folgam um dia antes e um dia depois, perdendo o direito a um descanso reparador (Não bastando os dias não serem pagos e a folga relativa a Domingo ser metade do que manda a lei ).

Ora aliado a isto, e uma vez que trabalhamos por turnos, as pessoas que entrariam às 00h foram avisadas menos de 8 horas antes de entrarem ao serviço que independentemente do que poderiam ter planeado para o fim de semana, ou da forma como tinham planeado a Sexta e a Segunda, ficariam de folga na Sexta e na Segunda pois teriam de ir trabalhar no Sábado e no Domingo. Note-se que possívelmente a essa hora o seu sono até pode ter sido interrompido com esta notícia.

Acresce ainda o facto de que quando estas situações ocorrem, as pessoas que estão a trabalhar no turno 16-24 terminam o serviço de fim de semana às 00h de segunda (chegam a casa na segunda) e acabam a folga às 24h de segunda (saiem de casa na segunda), acabando por não ter 24h efectivas de descanso. Tudo porque ainda ninguém "dos que mandam" chegou à conclusão que os turnos deveriam fazer rotatividade invertida. Mas isso é para outro post :)



Com desejo que tenham um bom trabalho me despeço. Vou ver se troco os sonos para estar apto para o trabalho... até breve para a sequela "Sequelas do Trabalho - PARTE 2"