Tourada, futebol, F1, festival eurovisão da canção... é o nosso serviço publico, as horas de concursos vazios, e novelas e noticiários fotocopiados podem ser encontrados em qualquer canal. Pois porque ao que parece, documentários, programas de musica, geografia, tradições e costumes mundiais, etnografia, cinema, tempo de antena a liberdades religiosas e espaços de discussão isso aparentemente não é serviço publico. Para quem não se apercebeu os primeiros são a RTP1 e o restante é a RTP2. Apesar de haver muita gente que sabe, continuo a deparar-me com dezenas de pessoas que desconhecem por completo a programação do único canal decente na televisão portuguesa... é um exemplo do serviço publico que a RTP1 faz. Acresça-se a isto o facto de a RTP2 ser o único canal que transmite trechos das touradas que se passam na arena da AR já que nem isso a direcção da RTP se dignou a facultar ao povo na negociação da TDT. Acresçam a isso os canais que pagamos e cujas programações não temos direito de ver, RTP Africa, RTP Internacional, AR TV, RTP Memória e cujas gestões ainda não vieram à baila, mas que me parecem fazer parte do pacote que vamos oferecer aos privados.
Privatização ou concessão? A merda é a mesma só que na segunda continua a haver desculpa para cobrar ao contribuintes o "serviço público".
Devo dizer
que por um lado não me importo que seja privatizada, aliás para ser
deveria ser a RDP... antenas incluídas. Assim não haveria desculpas de
que "é um poço sem fundo". Por outro lado, é óbvio que a empresa dá
lucro e esta é mais uma estratégia de entregar nas mãos de alguns
privados todo o património nacional... Património esse que, como já
vimos no caso da TAP, EDP, REN, quando é para receber lucros estão lá os privados,
quando é para investir e comportar prejuízos "o estado que salve" ...
Em "estado" leia-se "contribuintes"! Mas não me surpreende, só não vê
quem não quer que isto faz parte de um plano generalizado. O interesse
geral não é salvar as economias, nem as soberanias dos países, nem o bem
estar dos contribuintes: A ideia é lucro e poder totalitário para
alguns. Apenas mudaram algumas estratégias em relação ao passado, para
que as medidas sejam facilmente engolidas pelos otários que têm a falsa
sensação de que são livres e que a sua opinião conta, aliás, que têm
opinião, já que na realidade até essa é moldada. Cada vez penso mais se será mesmo burrice declarada da gestão ou se
realmente será parte de uma campanha de mumificação e endoutrinação da
população em geral . Reduzindo as opções e fotocopiando programações e
noticiários pode-se controlar a opinião e até o raciocínio de um país.
Como o povo está ciente do que é uma ditadura, dão-se opções : 3 canais
do mesmo e elimina-se o que afasta do padrão desejado. E
quem se insurge é terrorista, extremista, fundamentalista, nacionalista
e policiado pelos seus próprios colegas escravos.
Apesar de há meses
recusar ver televisão, a RTP2 é o único canal ao qual ainda dedico alguns
minutos.
150 Milhoes da taxa audiovisual ...Com que
direito se continuará a cobrar aos portugueses a taxa de audiovisuais?!
Já não bastava ser cobrada mesmo que o português em causa pague
serviço por cabo ou satélite? Já não basta essa taxa ser supostamente para
subisidiar a RDP e não somente a RTP e apesar disso todos os fundos irem
para a televisao? Agora se vão fechar o único canal que realmente faz
serviço publico e se entregar os lucros dos outro aos
privados, por que carga de água hão-de os portugueses contribuir para o
negócio de um privado?!!? Ainda mais um privado que vai receber de mão
beijada todos os equipamentos e infrastruturas que nós, os nossos pais,
os nossos avós e, diga-se para bem da verdade, os nossos fillhos e netos
"pagaram"? Pois claro que estou indignado, pela situação e por ninguém
"de direito", os nossos representantes, os que são pagos para nos dar
voz, trazerem estas questões à baila e impedir que isto seja feito em
cima do joelho, à noite, num beco para que quando o pessoal pensar
reagir já ser tarde demais... Zé povinho?! Que te aconteceu pá?! ACORDA!
PS: Este texto é um depósito de devaneios não editados.